Carolina Branco: Sonhar através de “um dia bom” – Parte 2
Carolina Branco transmite boas energias com o seu sorriso rasgado e com o traço das suas ilustrações. Ilustradora, designer e antiga professora de Arte e História da Arte, tem um grande número de projectos que podemos descobrir no seu site. De um livro para a Make-A-Wish, a uma campanha para o Leite Mimosa, passando pela ilustração das embalagens de temperos da Mafalda Sena (Senas Saudáveis) e Paisagindo Bio, o seu portfólio é vasto e convida-nos a sonhar.
Depois de entrevistar a Marta Oliveira da Silva para o Clube dos Superpoderes, chegou agora a vez de entrevistar a Carolina Branco, autora de “Um dia bom”. Vamos conhecer melhor quem é a Carolina, saber um pouco mais sobre o seu trabalho e a sua paixão sobre a ilustração e como todos podemos sonhar e concretizar aquilo que desejamos.
Carolina Branco: O desenho, a criatividade e o sonho de mãos dadas
Carolina e “Um dia bom”
1. A Carolina Branco é autora do livro “Um dia bom” juntamente com a Marta Oliveira da Silva, um livro editado pela Livros Horizonte e que nos mostrou a todos um traço sonhador nas suas ilustrações. Mas quem é a Carolina e onde nasceu o amor pela ilustração?
Nunca me esquecerei da sensação de o ler e de pensar “Afinal, há adultos que têm como profissão desenhar e contar histórias assim – também quero!”
2. Explorando um pouco do seu site, pude descobrir que é professora de História de Arte e que desenvolveu um método de ensino chamado “Aprender a ver”. Como sente que esse método tem sido importante para si e para os seus alunos?
Enquanto aluna, eu vivia frustrada com a forma teórica que História da Arte era dada e sonhava acordada nas aulas de como, se fosse eu o professor, o faria de forma diferente e usaria o recurso base das artes: o desenho. Através de projetos gráficos, os alunos poderiam aprender História da Arte. Um dos projetos que mais fazia e com melhores resultados era a criação do manual de História da Arte: cada aluno era responsável pela criação do seu próprio manual. Com a matéria dada em aula e com a criatividade e desenhos de cada um criavam um livro que os acompanhavam durante dois anos.
Mas, para sabermos desenhar é preciso ver e observar muito – mas que é algo que é tão simples e intuitivo que, na verdade, ninguém nos ensina a fazer! Criei, então, essa metodologia que nos ensina a ver e a analisar obras de arte através da ação de desenha.
Os alunos ao analisaram e desenharem a obra compreendem-na de uma forma muito mais profunda – e não esquecem. Foi uma grande felicidade pô-la em prática e ver o entusiasmo enorme que os alunos ganharam pela disciplina, para além dos bons resultados de testes e exames nacionais. Podem ver um pouco do trabalho aqui: https://www.carolinabranco.com/art-history-classes.
3. Diz-se que sonhar é essencial nas nossas vidas, mas que em adultos desaprendemos um pouco do que sonhávamos enquanto crianças. E a Carolina? Sente que o “sonho comanda a vida”, a sua vida e a forma como concretiza os seus objectivos?
Apesar de ser muito sonhadora e emotiva, sinto que a resposta para a minha vida será sempre o equilíbrio. Se sonho intensamente com uma ideia, um sentimento, uma vontade – e se quiser transpor esse sonho para a vida real – acredito que passos concretos são tão importantes quanto o sonho. O sonho poderá dar uma força e uma esperança que nos sustenta mas o compromisso e o sentido prático são essenciais. E pode haver uma grande beleza neste lado mais “aborrecido”: cada passo que dou hoje constrói o sonho no futuro.
4. Li algures que “Um dia bom” foi a realização de um sonho seu de ver publicado um livro infantil com o seu nome. Como foi concretizar esse sonho? Que desafios ele lhe trouxe?
Foi de uma alegria imensa poder criar este livro em conjunto com a Marta e poder contar uma história muito real mas estruturá-la de forma suficientemente simples e aberta que poderá ser lido por qualquer idade e interpretado consoante as alegrias e os desertos de cada pessoa, seja eles quais forem. A forma como o livro ecoa a própria vida de quem o lê foi o maior desafio enquanto desenhava mas tornou-se o mais gratificante.
5. Para terminar, que sonhos podemos ainda esperar ver concretizados pela Carolina Branco? E que mensagem deixa aos pequenos leitores sobre a importância dos seus sonhos?
Sonhem muito e, sem medo, comecem com pequenos passos.
Agradeço à Carolina a forma entusiasta e simpática com que aceitou o convite para esta entrevista. Num Clube de Superpoderes é mesmo isto que se deseja: empatia, sorriso nos lábios e capacidade de inspirar quem nos rodeia. Obrigada, Carolina. Sem dúvida que o meu olhar sobre o superpoder de sonhar tornou-se, agora, muito mais especial!
Todas as fotos usadas neste artigo foram disponibilizadas pela Carolina Branco.
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