“A Nova Índia”: A entrevista a Íris Bravo que não podes perder!

Íris Bravo traz-nos de volta Sofia e a sua história dividida entre Ricardo Alex, no seu novo livro “A Nova Índia”. Tiveste a oportunidade de ver, em primeira mão, a divulgação da capa deste livro aqui no blog e, hoje, é dia de te falar um pouco mais sobre a autora deste livro. Depois do enorme sucesso que foi o seu romance de estreia, “A Terceira Índia”, Íris regressa com um livro que nos mostra uma nova Sofia, mais serena e ainda mais determinada sobre aquele que deve ser o seu destino e do bebé que carrega na sua barriga. Milagre maior na vida de uma mulher que lutou contra a infertilidade durante anos, Sofia retrata as dúvidas e os anseios que muitas mulheres vivem diariamente, moldando a forma como encaram a vida e as relações com quem os rodeiam.
“A Nova Índia”, editado pela Cultura Editora, tem uma sinopse que deixa logo antever um livro que nos irá prender desde a primeira página:
Sofia assinou um acordo de divórcio e partiu para Moçambique. Disposta a viver aventuras e sem saber que continuava casada, envolveu-se com Alex, que lhe revelou os seus segredos e por que não queria ter filhos. Foi por isso que quando ela descobriu que estava grávida, regressou a Portugal sem lhe contar. Assim que aterra em Lisboa, o seu marido Ricardo espera-a, arrependido de a ter magoado e decidido a tudo para a reconquistar. Quando os seus olhos a fitaram, o seu coração parou. «E agora?» Dividida entre quem acreditava ser o homem da sua vida e um grande amor, a Terceira Índia terá de criar o seu futuro e enfrentar novas ameaças, que irão testar a sua coragem e levá-la aos seus limites.
Porque não existe nada melhor do que ficar a conhecer um pouco melhor quem escreve os livros que adoramos ler, deixo-te aqui esta entrevista que fiz à Íris Bravo. Sem dúvida, uma jovem mulher e escritora que nos serve de inspiração, diariamente, a seguir aquele caminho que mais nos realiza e que sentimos como essencial no nosso coração. Muito obrigada, Íris, por esta entrevista!
O nome de Íris Bravo já não é desconhecido de todos nós, mas quem é a Íris? E como surge a escrita na sua vida?
A Iris é casada, mãe de dois adolescentes, adora estar com os amigos, ler e passear. A escrita surgiu a partir da minha profissão, as muitas mulheres que conheci ao longo da minha carreira a trabalhar em Infertilidade inspiraram-me a criar a Sofia. A sua história começa com o falhanço da “minha” medicina, mas depois ganha asas…
Qual foi a sensação de ver o seu livro de estreia, “A Terceira Índia”, ser o sucesso de vendas que foi e ser tão bem aceite pelos leitores em Portugal?
Foi uma sensação maravilhosa. Estou muito grata a todas as pessoas que o quiseram ler e deram oportunidade a uma escritora portuguesa desconhecida.
Falemos agora da Sofia. Como foi o processo de criação desta personagem? Sendo a Íris médica ginecologista e obstetra com diferenciação na área de Infertilidade e Procriação Medicamente Assistida, esta Sofia tem muito das pacientes com quem se cruza na sua vida profissional?
Sim, a parte do seu intenso desejo de engravidar, o sofrimento com a infertilidade e a sua coragem foi inspirada nas minhas pacientes.
Qual sente ser o maior impacto da infertilidade na relação de um casal e no funcionamento de uma família?
A infertilidade gera sentimentos de culpa, ansiedade e frustração, o que pode ter um efeito devastador no relacionamento de um casal, que é exacerbado quando discordam em relação aos tratamentos disponíveis, como o recurso a gâmetas de dador, espermatozoides ou óvulos.
E agora olhando para Ricardo e Alex… Não podiam ser dois homens mais diferentes quanto às suas origens e postura face à vida. Foi propositado este fosso entre eles ou surgiu durante o processo criativo e de escrita do livro?
Eu queria que a Infertilidade levasse a Sofia a um “destino” completamente diferente, que ela fosse empurrada para fora da sua zona de conforto e entrasse num novo mundo, onde iria interferir no futuro de pessoas com as quais nunca se cruzaria caso tivesse engravidado. Tem a ver com o conceito do sincrodestino, essa ideia romântica de que os nossos destinos estão todos ligados e a acontecer ao mesmo tempo, mas não nos apercebemos porque só vemos a nossa pequena parte e não o plano global. Assim, eventos que nos parecem maus, podem ser necessários para nos desviar em direção a um rumo e pessoas muito diferentes, com as quais estávamos destinados a encontrar-nos. Por isso sim, foi propositado.
E porquê Moçambique como um dos locais principais da história de “A Terceira Índia”?
Um dos meus objetivos era abordar as grandes desigualdades entre os países desenvolvidos e subdesenvolvidos, a condição difícil da mulher nestas culturas e o longo caminho a percorrer. Decidi que ela iria para África e estive indecisa no país até ter uma conversa com o meu sogro, que me falou nas cascatas de Namaacha e me convenceu que seria um bom cenário para algo importante acontecer…
Falando agora de “A Nova Índia” e sem querer grandes spoilers… O que os leitores podem esperar deste novo livro e da Sofia que vamos agora reencontrar grávida?
Podem esperar uma grande evolução e novas perspectivas nas relações entre as personagens, romance e também aventura.
Sente que este novo livro será uma fonte de inspiração e de força para todas as mulheres que vivam histórias de infertilidade, pensando na feliz coincidência que é vê-lo chegar às livrarias dias depois do Dia da Mulher?
Das reações que tenho tido das minhas pacientes, sinto que as mulheres que vivem ou viveram histórias de infertilidade se sentem identificadas e satisfeitas por ver a questão abordada. Até à publicação d´A Terceira Índia, não havia nenhum livro português em que a heroína tivesse Infertilidade, a Sofia foi a primeira.
Para finalizar, e como profissional de saúde, qual a principal mensagem que gostaria de deixar a todos os portugueses em tempos de pandemia?
Mantenham-se esperançados, cumpram as recomendações da DGS, usem as tecnologias para tentar colmatar a falta das presença física das pessoas que nos são queridas e não hesitem em pedir ajuda quando precisarem.
Íris, muito obrigada por esta oportunidade de conhecer um pouco melhor a mulher por detrás de “A Terceira Índia” e “A Nova Índia” e espero que o novo livro seja o maior sucesso!
Ray Cunha
Olá,
A entrevista ficou incrível. Foi bom conhecer o lado profissional, especializada no tema do livro, além do destaque que uma autora iniciante ganhou. Isso é sempre incrível.
Ainda não li os livros, mas tenho o primeiro na estante e pretendo ler o quanto antes.
Beijo!
http://www.amorpelaspaginas.com
SandraCC
Muito obrigada 🙂 Gosto imenso de ficar a conhecer quem está do outro lado dos livros que leio e acho que ficamos sempre a saber algo mais com estas entrevistas que nos ajudam a aproximar dos autores que lemos e de que gostamos 🙂
Andreia Moita
Uma das minhas melhores leituras de 2020 foi ” A terceira Índia”. Desde então tenho acompanhado o trabalho da Íris enquanto escritora. É uma inspiração saber que pessoas com uma profissão “tão cheia” (vou-lhe chamar assim) conseguem ter tempo e criatividade. Parabéns pela entrevista.
SandraCC
Obrigada 🙂 Sempre bom receber comentários assim! Também fico fascinada por existirem pessoas que conseguem ir além da sua profissão preenchida e conseguir dar algo aos outros. E escrever um livro imagino que não seja nada fácil e que ocupe bastante tempo!