Coração de mãe nunca se engana: Frase cliché ou nem por isso?!

Coração de mãe nunca se engana, não é verdade?! Esta é uma daquelas frases que já todos ouvimos. Dita pelas nossas mães ou por nós próprias, quando entrámos no mundo mágico da maternidade. Ser mãe é mesmo isso. Ter um coração que sente tudo, que ouve tudo, que adivinha tudo. Temos um laço mágico com os nossos filhos e o nosso coração é o espelho daquilo que a razão nem sempre quer admitir… Sim, coração de mãe nunca se engana e não podemos fazer nada contra isso.
Mas “Coração de mãe nunca se engana” (link WOOK, link Bertrand) é mais do que isso! É um doce livro escrito pela autora Maria Inês Almeida e um óptimo companheiro para este Dia da Mãe. Já vos tinha deixado um conjunto de sugestões de leitura essenciais para qualquer mãe, mas estava a faltar qualquer coisa de especial para assinalar este dia… Porque não entrevistar uma mãe neste dia?! Uma autora portuguesa que transforma amor em palavras?! Bem… Eu sou uma fã da Maria Inês Almeida. Descobri-a através dos livros da colecção “Diário de uma miúda como tu” e, desde cedo, pude testemunhar uma simpatia e disponibilidade enorme. E, por isso, quero que a conheçam um pouco melhor e descubram porque o “Coração de mãe nunca se engana”.
1. Antes de falarmos do seu livro, vamos conhecer um pouco melhor a autora. Quem é a Maria Inês Almeida e como começou a sua relação com a escrita e a leitura?
Sou uma portuguesa com o cartão de cidadão nº xxxxxxxx. Estou a brincar, é claro. Na verdade, não sou a pessoa mais indicada para dar uma definição de mim própria: os que me conhecem podem fazê-lo muito melhor. Mas sinto-me como alguém que procura estar de bem com a vida. Fui muito feliz no meu trabalho enquanto jornalista e sou igualmente feliz no meu trabalho como autora de livros infanto-juvenis. Sinto-me bem a escrever para os mais novos. As crianças não se esquecem de sonhar, e isso é encantador. Gosto de criar projetos que possam marcar de alguma forma.
2. E sobre o livro “Coração de mãe nunca se engana”… Como surgiu a ideia de o escrever?
Este livro resulta de uma colaboração com uma revista onde tinha uma rubrica semanal intitulada “Anda uma mãe a criar um filho”.
3. Na sinopse podemos ler: “Maria Inês Almeida, a autora deste livro, encontra no seu filho, José, o parceiro ideal para escrever a mais bela das histórias”. Sei que, depois de escrever este livro, nasceu a sua filha Maria. Como sente que os seus filhos moldam a sua inspiração como escritora?
Vamos sempre buscar inspiração a muitos lados. Procurando estar atenta às coisas e aos sinais que a realidade transmite, as ideias surgem naturalmente. Mas, sim, é verdade que encontro no meu filho uma grande fonte de inspiração. Por exemplo, o “Quando Eu For… Grande” partiu de uma ideia que o José, sem saber, me deu, por andar sempre a perguntar: “Quando eu for grande posso comer todas as pastilhas? Quando eu for grande vou saber onde está a porta da praia?” Para mim, neste projeto que são os livros, tudo se resume mais ao sentir e à intuição. E a maternidade despertou-me ainda mais para isso, sim. A Maria Francisca tem 2 anos e já me deu várias ideias (sem saber).
4. E falando do coração de mãe… Porque diz que ele não se engana? E sente que ele sabe mesmo tudo?!
A verdade é que as mães sabem quase sempre (para não dizer sempre) o que é melhor para os filhos pois são as pessoas que melhor os conhecem. Agora que sou mãe sei bem o que é estar deste outro lado.
5. Na nossa sociedade, muito se fala da tarefa (nem sempre fácil) de conciliar família e trabalho. Sendo mãe de duas crianças, como sente que passou a olhar o seu trabalho depois de ter sido mãe?
É realmente difícil conciliar tanta coisa. Mas com organização tudo se consegue. As mulheres, com mais ou menos dificuldade, conseguem tudo.
6. Mais recentemente, a Maria Inês tem-se dedicado à escrita para um público mais jovem com a colecção “Diário de uma miúda como tu”, editada pela Nuvem de Letras. Como surgiu a personagem Francisca e o seu diário?
A editora convidou-me para escrever uma colecção e esta Francisca surgiu muito naturalmente. Seria importante termos uma personagem preocupada com o Mundo em que vivemos, com causas ambientais, por exemplo. E com humor pois a vida sem ele não tem tanta graça. Curiosamente, as mães/ pais também se têm identificado muito com o lado dos pais.
7. Quais têm sido os principais desafios que tem encontrado ao escrever os livros desta colecção? E sente muita receptividade dos leitores?
São livros que me dão um enorme prazer escrever. O desafio é sempre o mesmo: que as crianças se continuem a identificar com a personagem Francisca e com a sua vida, com os seus medos, desafios, desejos. Felizmente tem corrido muito, muito bem. O primeiro Diário também já foi publicado no Brasil e tenho recebido um feedback muito positivo e contagiante. E agradeço à Eurídice (editora), à Joana (editora), à Catarina (ilustradora), ao Manel (ilustrador) e a todas as pessoas que, directa ou indirectamente, acabaram por estar envolvidas nestes Diários.
8. Para finalizar, e neste Dia da Mãe, qual é a sua grande mensagem para todas as mães, nesta fase tão desafiante que vivemos em todo o mundo?
Que, mesmo na adversidade, procurem fazer aquilo de que gostam, que saibam rir, que leiam, que acreditem.
E foi assim que pudemos ficar a conhecer um pouco melhor a Maria Inês Almeida e a mulher e mãe que nos escreve livros tão apaixonantes como “Coração de mãe nunca se engana” ou os divertidos livros do “Diário de uma miúda como tu”. Podem espreitar todos os títulos desta colecção na página da editora Nuvem de Letras aqui. E não posso deixar de vos dar a sugestão de leitura de um livro muito doce e com uma mensagem tão bonita, Sem abrigo, escrito a duas mãos pela Maria Inês e pelo seu filho, José, e com ilustrações de Cátia Vidinhas.
Para não perderem pitada de todas as novidades desta autora, sigam o Instagram da Maria Inês Almeida e espreitem todos os livros da autora no seu site.
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