“A rapariga de Auschwitz”: Recordar um passado para que ele não se repita
Sou uma apaixonada por literatura sobre a Segunda Guerra Mundial. Já nem me recordo de qual foi o primeiro livro que li sobre este tema. Incontornavelmente, já li bastantes livros sobre os campos de concentração e sobre Auschwitz e já escrevi por aqui sobre alguns livros que recomendo sobre o Holocausto. Mas, por incrível que pareça, nunca li O Diário de Anne Frank… Mas é um clássico incontornável e, por isso, já está na wishlist das próximas compras de livros. Recentemente, li “A rapariga de Auschwitz” que nos conta a história de Eva Schloss, a meia-irmã de Anne Frank. Como podemos ler neste livro editado pela Marcador, a história deste livro começa onde termina o Diário de Anne Frank. Penso muitas vezes sobre este período negro da história mundial… Assusta-me como as ideologias políticas e raciais puderam marcar, de forma tão gritante, a nossa história e a nossa forma de pensar.
Diz-se, muitas vezes, que devemos continuar a falar do que se passou na Segunda Guerra Mundial para que este período negro não se repita… Mas depois, olhamos através da janela mágica que é a televisão e vemos que ela se continua a repetir, de diferentes formas, por todo o mundo. Este mundo de pouca tolerância, de fomentar de ódios e de diferenças e de pouca aceitação de diferenças culturais, de orientação sexual, de religião, de política, entre tantas outras, entristece-me… Preocupa-me que este seja o mundo em que as nossas crianças estão a crescer… Preocupa-me o futuro em que o meu filho vai ser adulto e aquilo que ele vai encontrar. É por isso que, apesar de parecer existirão sempre nuvens no horizonte, é importante falarmos desta fase da nossa história. Vamos conhecer melhor a história de “A Rapariga de Auschwitz”?
“A Rapariga de Auschwitz”: A história de Eva Schloss durante o período negro da história europeia
O nome Auschwitz ainda faz tremer muitas pessoas… Este nome é, para os sobreviventes ainda vivos nos dias de hoje, sinónimo do pior que a natureza humana pode fazer contra o próximo. Eva Schloss é meia-irmã de Anne Frank, pelo casamento da sua mãe com o pai de Anne, na fase do Pós-guerra. Eva e Anne cruzaram-se, de forma muito breve, quando ambas viviam em Amesterdão e antes do período mais negro da Segunda Guerra Mundial. O livro “A Rapariga de Auschwitz” conta a história de Eva, levada para Auschwitz com 15 anos, que sobreviveu a este campo de concentração e transformou a missão da sua vida na partilha da sua história. O livro é essencialmente marcado pela história de vida de Eva e da sua mãe, fornecendo-nos “um relato lúcido e absorvente da vida no meio dos horrores da guerra, realçando o amor entre uma mãe e uma filha, e a força e a determinação que ajudaram a superar a mais profunda das noites“, como pode ser lido na sinopse do livro disponível em Wook.pt.
Eva escreve quase como se estivesse sentada ao nosso lado a conversar connosco. Fala-nos como foi ser adolescente durante o período do Holocausto e a forma como isso a marcou para sempre. Fala-nos do quanto a perda do seu pai e do seu irmão modificou a sua história de vida. Aliás, não poderia ser de outra forma para quem passou pelas atrocidades de um campo de concentração e pela perda de duas das pessoas mais importantes da sua vida, não é verdade?
“A Rapariga de Auschwitz”: A minha visão sobre o livro
Descobri este livro através do Instagram. As redes sociais e o mundo dos bookstagramers tem a vantagem de nos fazer descobrir muitos livros que nos passariam ao lado de outra forma. Para quem ainda não segue o Leituras descomplicadas, deixo-vos aqui a sugestão de me acompanharem por lá e verem os livros para todas as idades que vou sugerindo. Continuando a falar sobre “A Rapariga de Auschwitz”…
Ler sobre a Segunda Guerra Mundial é fazer-nos reflectir sobre a condição humana e sobre a forma como ela pode ser desrespeitada de forma cruel. O relato de Eva sobre a sua vida é isso mesmo: um relato não excessivamente cru mas suficientemente gráfico para nos transportar para os locais e realidades pelas quais ela passou e viveu. Conforme escrevi na minha review sobre este livro no Goodreads, este é um livro que recomendo a todos os que se interessam em ler sobre o Holocausto. Apenas houve um aspecto do livro que me deixou a pensar sobre o que foi a vida de Eva no pós-guerra… Com o casamento da sua mãe com Otto, pai de Anne Frank, temos uma mãe que se passa a dedicar ao marido e ao seu projecto de vida (levar O Diário de Anne Frank a todo o mundo) fez com que Eva e a sua mãe se afastassem um pouco… A relação delas nunca foi muito fácil e isso vai-se revelando ao longo de todo o livro. Mas depois de tudo o que passaram juntas, sinto que Eva se sentiu algo perdida por não ver a sua mãe focar-se nela como desejaria…
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