Pais à maneira dinamarquesa: como ser um PARENT nórdico


Quem nunca teve curiosidade pelos países nórdicos e pelos pais à maneira dinamarquesa? Palavras como Hygge ou Lykke, vindas do norte, têm-nos encantado sem igual! Confessem lá… Quem tem aí em casa livros como “O livro do Hygge”, “Alegria Hygge”, “O livro do Lykke” ou “Hygge. Ser feliz à dinamarquesa”? Eu ainda não tenho mas confesso que já estão na minha wishlist! E este “Pais à maneira dinamarquesa” despertou-me o interesse desde o primeiro dia que o vi numa livraria. Mas afinal o que têm estes pais de diferente de nós, que habitamos neste país cheio de sol? Que abordagem diferente temos sobre a parentalidade? Vamos então descobrir?
O livro tem sete capítulos que nos transportam desde as nossas configurações padrão até ao Hygge e ao tempo que passamos juntos. As nossas configurações padrão não são mais do que aquilo que herdamos dos nossos pais, o que interiorizamos na nossa infância. Não são mais do que os comportamentos e atitudes que emergem quando a paciência nos foge. Quem nunca teve vontade de gritar ou de dar uma palmada quando os nossos filhos parecem não fazer nada bem? Mas o que nos impele a dizer o que é certo ou errado? E porque achamos que devemos corrigir comportamentos através de punição ou de voz alta? O livro “Pais à maneira dinamarquesa” vem-nos mostrar que necessitamos de reenquadrar as situações e as nossas vivências para que possamos contornar esses comportamentos. O pilar deste livro, segundo as autoras, é o ser PARENT, sermos progenitores. Vamos conhecer esta palavra em maior detalhe?
“Pais à maneira dinamarquesa” e o emergir de PARENT
Jessica Joele Alexander e Iben Dissing Sandahl descrevem o acrónico PARENT como os alicerces para conduzir a parentalidade. Play ou brincar, autenticidade, reenquadramento, empatia, nada de ultimatos e tempo juntos ou Hygge (aconchego) devem ser os nossos guias no meio do nevoeiro. Estes seis pilares, quando trabalhados, permitem-nos uma parentalidade mais consciente, de maior respeito pela criança e pela nossa própria forma de estar. Quem nunca sentiu, por vezes, que não está a ser autêntico com os seus filhos e se está a deixar levar por expectativas ou ideias pré-concebidas? Aquilo que nos é passado pelos mais velhos, ao longo do nosso crescimento, é o nosso caminho enquanto adultos. Mas se sentirmos que esses rituais que nos foram passados podem não ser os melhores enquanto pais… Ainda vamos a tempo de mudar!
Adoptar o PARENT no nosso dia-a-dia pode ajudar-nos a modificar os nossos comportamentos e atitudes. Nada acontece de um dia para o outro mas podemos acreditar que podemos fazer diferente. As crianças precisam de rotinas, de ter os seus limites mas isso não significa que vivam numa verdadeira ditadura em que vejam as suas necessidades esquecidas. Dizem-nos no livro que “crianças felizes crescem para se tornarem adultos felizes que criam mais miúdos felizes, e assim sucessivamente” (p. 19). O livro não nos traz nenhuma receita infalível para a felicidade… Antes pelo contrário. “Pais à maneira dinamarquesa” faz-nos refletir e ver o que podemos introduzir na nossa forma de viver a parentalidade. A parentalidade nórdica é algo que nasce de uma cultura e de uma forma de estar diferente dos países mais a sul da Europa. Mas se funciona com eles… Não poderemos importar desses países detalhes da sua parentalidade e deixarmo-los entrar como fizemos como os móveis da IKEA?
“Pais à maneira dinamarquesa”: a minha visão sobre o livro
Descobrir uma parentalidade assente em respeito pela criança, sem a prepotência dos adultos, sem comunicação violenta e sem punição é algo que defendo desde que decidi ser mãe. Como vos contei anteriormente, este livro fala-nos das nossas configurações padrão. A forma como os meus pais me educaram é uma forma que quero refletir na minha forma de ser mãe. Respeito, sem punição (acreditam que apenas me recordo de ter levado uma palmada em toda a minha vida?!) mas com limites bem claros em cada momento. Não punirmos fisicamente ou não passarmos o dia a gritar não significa que os nossos filhos possam fazer tudo o que querem. Em “Pais à maneira dinamarquesa” fala-se disso mesmo: o castigo tem o efeito contrário ao que desejamos. Educamos pelo medo e não pela compreensão e esse não deve ser o caminho.
A par de alguns princípios Montessori, como a promoção da autonomia e o respeito pelo ritmo próprio da criança, fui escolhendo o meu caminho como mãe. E a leitura deste livro apenas veio confirmar isso! Um dos aspectos que achei mais importante neste livro é apostarmos no desenvolvimento da empatia nos nossos filhos. Numa sociedade cada vez mais egoísta e desligada dos outros, a empatia é fundamental. Termos a capacidade de compreender e respeitar as necessidades dos outros, ligarmo-nos mais uns aos outros e termos a capacidade de sentir o que eles sentem é fundamental. Sabiam que “todos estamos programados para a empatia” (p. 103)? É importante que os nossos filhos não sintam que o mundo gira à sua volta. Devemos mostrar-lhes que vivemos em grupos e que todas as pessoas importam em todos os momentos.
É também importante dizer que “os dinamarqueses vêem as crianças como intrinsecamente boas” (p. 125) e que “calma gera calma” (p. 129). Quantos de nós não ouvimos tantas vezes que aquele menino é mau? Ou quantas vezes não assistimos ao escalar de um comportamento indesejado no nosso filho no final de um dia longo de trabalho em que nos sentimos mais cansados e stressados? Serão esses comportamentos reflexo da nossa forma de estar? É esta mudança de paradigma na nossa forma de sermos pais que este livro nos pode trazer. Como já vos disse, não nos ensina a sermos pais… Mas que nos ajuda a ver de forma diferente a nossa viagem na parentalidade, lá isso ajuda!
Mais livros de leitura sobre parentalidade e estilo de vida nórdico
O livro do Hygge, de Meik Wiking
Alegria HYGGE, de Pia Edberg
O livro do Lykke, de Meik Wiking
Hygge. Ser feliz à Dinamarquesa, de Anna Skyggebjerg
Parentalidade nórdica, de Sofie Munster
Para saberem mais sobre os estudos de felicidade sobre os países nórdicos e sobre o trabalho de Meik Wiking, visitem o Happiness Research Institute.
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